O Canalheiros ganhou. Aliás nem
disputou né: tinha um outro candidatozinho ali só pra gente achar que o
processo é democrático.... Esses legisladores a quem delegamos NOSSO poder
fazem a festa!!! Usam um poder que não lhes pertence, porque é nosso. Mas
estamos tão acostumados a delegar nossa potência às instituições, que ficamos
assim chupando o dedo enquanto eles só trocam as siglas dos partidos, os nomes
das religiões, as embalagens dos iogurtes. Deus manda no destino, o presidente
manda no país, as leis mandam no meu discernimento, a ciência manda na minha
saúde, as normas mandam no meu prazer, as indústrias mandam no meu gosto.....
todo mundo lucrando sobre minha incapacidade de assumir minha própria Vontade, sobre
meu medo de encarar minha própria Potência. Delego pra todo lado minha grandeza
e fico como uma mendiga vazia de esperança, vazia de paz, doente, carente, descrente.
Não vou me encher de culpa porque
esse é o jogo deles: me paralisar me diminuindo. A cada dia, na simplicidade do
meu coração, vou desconstruindo meus hábitos que sustentam essa realidade. Todo
dia limpando a casa e a minha consciência jogando no lixo esses simulacros de
vida que me venderam. Apontada em direção à alegria, recuperando um diálogo com
a natureza de quem aprendi a me proteger ao invés de saborear, aos poucos vou
sentindo mais espaço interno diminuindo a opressão. Quanto mais criatividade
percebo na relação com o que me acontece, mais liberdade sinto. Tento não
assumir os papéis que me conferem, não voto, não rezo, ainda compro; mas compro
menos. Faço cada vez mais questão de abraçar as pessoas, com braços ou
palavras, arrancar sorrisos. Faço cada vez mais questão de compartilhar o que
percebo, e de exigir respeito ao que sou. Eu não sei que vida existe fora desse
jogo, mas estou percebendo que pegando de volta o que é meu, minha autonomia,
vou saindo desse papel de escrava que venho cumprindo. Só sei que apesar do
caminho ser completamente individual, o exercício é coletivo......
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