quarta-feira, 2 de maio de 2012

Dilma: a presidenta das Minas e Energia


Misteriosos são os caminhos da Política.

Há alguns anos, quando Lula estava prestes a subir a rampa palacial, seus opositores criaram o terrorismo de que ao assumir a presidência o “comunista” iria fazer um Reforma Agrária imbatível; e os mais fundamentalistas até divulgaram à boca pequena que a reforma seria agrária e imobiliária....

Hoje estamos com uma presidenta pró-lulista ou pós-lulista, com dificuldades para enfrentar a bancada ruralista. Que voltas o mundo dá. E são “voltas redondas”....

Obviamente os opositores do governo estão aproveitando essa saia justa da Presidenta (e olha que a Dilma quase não usa saias por causa disso) diante do Código Florestal para acusá-la de estar com “rabo preso” com os neo latifundiários. Isso é uma simplificação do problema. Quem compreende um pouco o jogo político e principalmente raciocina pela lógica da administração pública moderna sabe que o que tira o sono da Dilma não é distribuir as riquezas dos ruralistas ou se render ao agro-negócio.

Foi no posicionamento da presidenta em relação a demarcação das terras indígenas que Dilma deixou bem claro seu dilema, ou melhor, sua preferência pelas “Minas e Energia”.

 Artigo do Jornal O Globo

Saudades da velha função?

Não. É o dilema do desenvolvimentismo, do crescimento que atormenta Dilma. A presidenta pretende crescer, expandir o potencial energético do país, prever um futuro de grande potência; e como seu priminho americano, traz uma pedra no sapato: a cultura arcaica, indígena. Dilma vive o dilema de AVATAR, entre destruir o povo da floresta, derrubar a árvore dos espíritos ou produzir uma ciência do futuro. O Brasil é tecnologia de ponta em várias áreas do estudo científico, nosso país é promessa de futuro não só na economia, mas em tecnologias de várias ordens, e para tanto precisa produzir variados tipos de energia para não depender de ninguém no seu crescimento.

Dilma não está preocupada em fazer cafuné em ninguém, não é mulher pra isso, mas vive o dilema da pós-modernidade onde os limites da sustentabilidade geram impedimentos para o crescimento e é necessária uma estratégia de economia ambiental extremamente moderna e inteligente, e humanista, para conciliar esse grande impacto sem destruir nosso meio ambiente. Ela está pensando sim no seu povo, no Brasil e num futuro de crescimento que é uma ótima solução para eliminar a miséria interna no país.

A questão dos povos indígenas que vem crescendo violentamente, com o aumento de sua população, a organização e reivindicação de suas questões, coloca em cheque as ideologias e escolhas de crescimento. O que tem mais valor para a humanidade: preservar uma cultura nativa ou expandir os meios energéticos do país? Que homem pode crescer tecnologicamente destruindo culturas humanas da terra, arcaicas? Nossa história mostra os resultados desse erro por um lado, mas o crescimento econômico liberal, desse atual capitalismo amoral, nos empurra para decisões às vezes bem diferentes das que gostaríamos de tomar. Estamos rolando dentro de uma grande bola de neve, ou girando com todos os povos no redemoinho de um maremoto. Cada movimento neste momento é decisivo. Pensar que o problema da Dilma é político apenas é pensar pequeno e se fosse assim seria bem mais fácil resolver distribuindo pressões políticas. Sua decisão é mais ampla de maior alcance.

Eu pessoalmente espero que seu ímpeto de ministra das Minas e Energia se acalme e seu coração de gente se inflame levando sua escolha para proteção dos povos da terra. Não concebo e não quero viver num país que se destaca na economia às custas da miséria como tanto fizeram por aí.

O Ouro não tem valor quando é roubado.
O Ouro tem seu valor quando é conquistado através do trabalho sobre a matéria, sobre a carne, sobre a terra. É da lama que nasce a lótus. Fortalecendo nossos índios, nossos povos da terra seremos verdadeiramente ricos; essas são nossas minas, essa é nossa energia. O resto a gente corre atrás.

VETA DILMA E DEMARCA AS TERRAS JÁ!!!




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