terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Deus quer, o Homem sonha, a Obra nasce *

* frase de Fernando Pessoa



A Natureza é absurdamente competente na capacidade de criar obras indizivelmente belas.
Dá os indiscutíveis exemplos da perfeição na diversidade
Nada é igual a nada. Cada detalhe representa a vida de forma exclusiva.
Em cada minúscula expressão está a grandiosidade do Maiúsculo.
Não é filosofia, não é conclusão, é a pura contemplação.
Aceitação inevitável de que não se faz necessária a teoria da vida,
porque ela mesma se representa.
Na observação simples encontra-se a teoria mais complexa.
Na beleza do acaso, a força de todo Universo.



E é das diferenças que surge espantosamente a unidade.
Do que parecia único se revela o múltiplo.
Convivem harmoniosamente a diferença e a semelhança,
na mesma expressão.
A Natureza ensina a complementariedade dos opostos:
cada parte não possui cópia idêntica,
mas ao mesmo tempo compartilha a semelhança.
O diferente no igual.



A Mãe que é Natureza, expressão do Pai que é Criador,
na infinita generosidade,
solicita participação.


Pai e Mãe, que são Potência,
lançam na existência sua Vontade.



E a Vontade, muito vaidosa,
procura os braços para sua oficina.
Encontra no Homem tudo que precisa.



O Humano expressão perfeita,
da inteligência e da sensibilidade,
quando respeita a essência,
se torna mestre da obra.


 E através dos seus braços,
ele participa, respondendo ao chamado,
organizando a Potência.


Recria a beleza no respeito.


E renasce como criatura criadora.

Revivendo a sabedoria que já estava escondida
na pequena parte:
a complementariedade.



Nem só criador, nem só criatura.
É isso que se nos solicita.





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