quarta-feira, 5 de outubro de 2011

TEATRO DA DOR - Parateatro n.4



Gostamos da Dor não podemos negar. Entendemos a Vida pela limitação e agimos pela Resistência. Para a Luz devemos integrar a Sombra. Encontramos a Vida quando morremos. A Cultura da Guerra, da Perda, da Imperfeição.

Com nossas TRAGÉDIAS perpetuamos a Dor. Não foi à toa que essas propostas catárticas nasceram onde também nasceram nossas dúvidas. Dúvidas Ocidentais. (rs) Mas com respostas alquímicas.

Parece que se não houver CONFLITO, não tem graça. Com certeza, porque não tem Graça. “A Gravidade e a Graça”.

Podemos lidar com a Gravidade sem precisar experimentar o conflito; ainda entendemos a força gravitacional de uma perspectiva de Anjos: a impossibilidade de voar. Mas não somos anjos, não somos seres alados. Nossas asas não são físicas, são as Asas da Imaginação. É assim que voamos: num estado imaginal. Que não é transe.

Chega de recontar a história de vidas frustradas, a história de traumas; não somos formados de traumas, somos formados de AMOR. Essa é nossa natureza. Não podemos sucumbir à ortodoxia dos DNAs.

O Ator É um atleta afetivo, sim. Quer dizer, atleta talvez não, mas é afetivo com certeza.

Criamos o Mundo. E por que o criamos tão triste? Desesperador? Porque gostamos de tragédias, dramas, novelas.

Se trocarmos o entendimento quanto à força da gravidade, perceberemos sua faceta de atratividade. A força gravitacional é uma atração recíproca entre corpos, massas pulsantes. A Terra nos ama e não nos aprisiona. Somos livres.

Um Ator sem Centro de Gravidade nunca entra em cena. Perambula pelo palco, mas não o notamos, pois não existe, ele nega a si mesmo. Foi nesse quesito a “forcinha” que as culturas do corpo orientais nos deram, nos dão.

O primeiro quesito no teatro, de qualquer lado do mundo, é saber ANDAR em cena. O Ator deve aprender a andar. Seja deslizando seus pés no solo, seja batendo vigorosamente contra ele, seja apenas caminhando, simplesmente, o teatro EXIGE que se saiba andar. Andar em cena.

Mas andar não num plano linear. Podemos ficar completamente parados em cena e andar por todo o mundo. É o andar da Alma, que anima o corpo. Não precisamos de movimentos físicos para nos mover. Disto sabe bem a Yoga. Precisamos apenas estar PRESENTES e o movimento se torna infinito.

A Dor está no passado e no futuro, pois podemos criar o Presente sem ela. Agora. O Teatro Feliz. (rs)

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