terça-feira, 20 de setembro de 2011

INTELIGÊNCIA COLETIVA

Sabe-se que os sistemas de comunicação vem interferindo diretamente, ou até determinando, mudanças nas organizações sociais.

Na era da comunicação exclusivamente oral, as informações, histórias, conhecimentos, experiências e sabedoria, eram passados de pais para filhos, de sacerdotes para a comunidade, de mestres para discípulos; de pessoa para pessoa, de 1 pra 1. Embora o alcance fosse pequeno, não havia necessidade de intermediações (humanas ou não) nessa comunicação e a respiração, o laço afetivo, tinham valor essencial.

Nessa comunicação de pequeno alcance, questões particulares são levadas em conta: quando uma avó vai passar um conhecimento para seu neto, ela utiliza no seu discurso exemplos particulares da vida dela ou do neto, conhecidos pelos dois; se utiliza de imagens e informações que sabe serem de conhecimento do seu ouvinte.

Os grupos sociais cresceram quantitativamente, surgiu a escrita que foi substituindo a comunicação oral, e, apesar de perder suas particularidades as informações passaram a atingir um maior número de pessoas; a invenção da prensa e a multiplicação dos impressos tirou o conhecimento das mãos de poucos, ampliando o acesso a informação. Contudo, ainda aqui, a informação pertencia a um grupo que selecionava (e ainda seleciona) o conteúdo a ser distribuído e a forma desta distribuição. Tecnologias de comunicação em massa foram sendo criadas (TV, radio, etc) para o desenvolvimento dessa comunicação de 1 para muitos. Hoje um pastor de Igreja precisa de alta tecnologia de som para comunicar-se com um estádio de futebol apinhado de pessoas. E com isso os discursos tiveram que mudar de roupagem, mudar de linguagem, pois comunicar para o particular e comunicar para a massa, para o público mostrou-se totalmente diferente. Na comunicação em massa não se pode particularizar as informações, pelo contrário, há que globalizá-las para satisfazer ao maior numero possível de ouvintes, porém mantendo a "impressão" de serem personalizadas. Mentir ficou mais fácil.

Com a invenção do personal computer (PC) e da internet (e mais tarde dos smarthfones), cada pessoa passou a ter acesso às informações e a trocá-las conforme seu próprio critério e, numa velocidade real. Entramos numa nova era da comunicação de muitos para muitos, onde a idéia de compartilhamento virou a chave de toda comunicação.

Cada vez menos são necessários representantes e mediadores para distribuição das informações, e cada vez menos os limites territoriais, lingüísticos, etários, raciais, são significativos nessa troca de informações.

Embora muitas críticas apontem para a tecnologização dos relacionamentos humanos, é fato que nunca houve tanta integração e compartilhamento nas relações sociais. O desaparecimento do laço social que veio com a comunicação em massa, está ressurgindo e criando novas formas de relacionamento humano. Nunca as pessoas se deslocaram tanto, se comunicaram tanto, criaram tantas novas e ampliadas relações.


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