quinta-feira, 18 de junho de 2015

Um Eduardo Cunha reina dentro de você

É o pior Congresso nacional de todos os tempos! O mais fascista! Essas frases pipocam na rede. Mas, qual é o real problema? Será que todo mundo sabe a extensão do poder legislativo? Acho que não. Nossa vontade de paternalismo acha que o presidente da república é nosso salvador (e destruidor). Para um projeto de lei ser aprovado pelos deputados precisa de maioria. Depois precisa de outra maioria entre senadores. Beleza, digamos que algum projeto-desgraça, tipo redução da maioridade penal, passe por todo o legislativo. Aí a gente fica publicando #vetadilma, na maior esperança que tudo acabe bem. Supunhetemos que o executivo vete o projeto. Esse veto volta para Camara para ser votado. Sim, o voto do presidente é votado na Camara. Se perder, a lei é promulgada. Aí a gente pensa: mas, se ja teve maioria no Congresso pra propor o projeto, obviamente o Congresso vai repetir seu voto e derrubar o veto presidencial. Então, a gente descobre que "politica" não é lógica e muito menos bom senso. É aí que entram termos como mensalão, governabilidade, oferecimento de cargos (rabos), muuuuuito dinheiro e coisas afins. O projeto em si (qualquer projeto), que tem graves consequencias na sociedade, é apenas uma oportunidade para exercer essa "politica". Parece até que os legisladores inventam projetos bem cabeludos para essa máquina de fabricar moedas funcionar. Quanto mais o projeto for contrário ao governo, mais acordos vão rolar, mais promessas serão feitas, mais dinheiro vai circular, para efetivar ou não a proposta. "Bancadas evangélicas" por exemplo, são máquinas de fazer dinheiro através de projetos de moralidade radical!!!!!! Nosso conceito de "política" tem sido esse. Uma espécie de arranjo criado pós ditadura para manter privilégios. Quando a oposição chegou ao poder esse jogo se formalizou definitivamente, a polarização instituiu o processo, pois ou a esquerda fugia aos princípios democráticos ou........ Ou? Essa é a resposta que não conseguimos dar ainda. Uns dizem que não deveria ter entrado na dança; outros acham que é tudo farinha do mesmo saco; há quem pense que o poder corrompe; e, ainda, alguns defendem que viver é aprender a jogar. O que eu acho realmente importante, sempre, é a gente perceber que essa "política" não está lá no parlamento, e nós aqui alheios a essa conduta. Não. Barganhamos conquistas com nossos filhos, pagamos, penalizamos, com nossos parceiros afetivos, colegas de trabalho, funcionarios e inimigos..... Onde houver uma relação de poder surgirá essa dificuldade de estabelecer igualdade de forças em prol de um bem comum. Ficamos fascinados pela disputa pois temos necessidade de discórdia, impotentes que somos, e não de resolver as questões objetivamente. Afinal, o que importa é competir na meritocracia. Aprendendo a olhar para nosso microcosmo politico podemos atuar de outra forma na politica social. Óbvio que esse Congresso é o pior da história já que reflete o momento mais passivo que a sociedade já viveu. Dizemos amém pra tudo (bebemos refrigerante cancerigeno e comenos comida transgênica!!!), sim, nosso congresso nos representa. Aumentamos nossa consciência mas diminuimos nossa intervenção. Por que? Porque precisamos reinventar nossa participação. Voto e passeata não dão mais conta. Não funcionam. Precisamos descobrir ONDE está o NOSSO poder. Esse papo de que o poder está no voto é conversa manipulada. O voto é consequencia da ação e não a ação. Passeata até coxinha faz. Não. Temos um outro poder, claro e óbvio, mas que só não vemos porque ainda pensamos como oprimidos, como gado. E para enxergar, ou criar, as soluções precisamos parar de pensar/sentir/agir como gado falante proto-pensante. Desconstruir nosso papel de oprimido no âmbito coletivo, mas também de opressor no âmbito individual. Uma coisa depende da outra, porque uma coisa sustenta a outra. Quanto mais oprimida é sua potência pelo social, mais opressor vc se torna no individual (seja com os outros seja consigo que é um outro de si). Precisamos sair dessa visão de mundo, e não achar outras formas de atuar nela!! É diferente. Resumindo, colega, tem um Eduardo Cunha reinando dentro de vc!!! Mata, por favor?!?!

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