quinta-feira, 19 de abril de 2012

o HUMOR brasileiro ao invés de refletir SOBRE a sociedade virou espelho dela


Se tem uma coisa que tá ficando insuportável na comunicação brasileira é o humorismo.

Uma nova geração de humoristas, engravatados, sem talento, descobriu uma fórmula pra “funcionar” através de um humor totalmente sustentado em preconceitos de todos os tipos. Além do desserviço social estão transformando a profissão de humorista em acúmulos de destrutividade, ao invés do papel sociológico que a comédia sempre abrigou de reflexão inteligente e irônica da sociedade/realidade. Quando não exploram largamente a imagem da mulher gostosa e burra ou do anão que paga mico, baseiam suas piadas sobre o racismo, a homofobia, o preconceito lingüístico e o social, ao invés do contrário que é criticar o comportamento separatista. Utilizam inclusive pessoas que em troca da fama se dispõem a servir como modelos desses esteriotipos.

Quando apontados, na sua arrogância se defendem reclamando do patrulhamento conservador e do comportamento politicamente correto. Colocam em questão a “liberdade de expressão” do artista e o fim da censura para o comediante. Liberdade se distingue de falta de respeito e limite, que não tem nada a ver com conservadorismo, tem? Por que essa cultura de rir denegrindo o outro? Compreenderam muito mal a função da crítica que faz piada denegrindo sim o comportamento humano porém na sua arrogância, incompetência, irresponsabilidade social, etc.

Com total incapacidade de fazer humor sobre a fragilidade humana como um mestre Chaplin, simples e profundo, trocam a inocência pela burrice, a poesia pelo escracho, a dificuldade pela humilhação. E desses programas infelizes, mais deprimentes do que engraçados (apesar da audiência), pipocaram esses Danilos Gentilis e Rafinhas Bastos, Calabresas da vida que na sua fórmula pobre e eficaz de sucesso, disfarçados de inteligentes e rebeldes, são totalmente preconceituosos e irresponsáveis, além de desprovidos de talento artístico.  Embora eu cite os nomes não tenho paciência para citar os casos de tão patético que seria explicar para comunicadores uma coerência de discurso, que eles parecem desconhecer ,como seu público que postou aos montes na internet a resposta que o Gentili deu para sua piada infame racista; resposta essa que seu público classificou como genial sendo que a linha de raciocínio só reafirma seu racismo quando tenta eliminá-lo. Além do desserviço social um desserviço lógico.

Apesar da incompetência artística fazem sucesso pelo caminho inverso da função do comediante, reafirmando para sociedade seus (os dela) preconceitos; seu público ri e lhes dá ibope porque suas piadas conservadoramente preconceituosas refletem a mentalidade social vigente. Quando são pegos nesse discurso confuso e contraditório, criam justificativas ainda mais infundadas dos seus julgamentos.

Usam artifícios básicos para construir uma falsa imagem de críticos sociais, fazendo piadas infantis de políticos, por exemplo, sem colaborar em nada com uma reflexão sustentável da realidade.


Democracia se faz com responsabilidade.

Mas sucesso se consegue manipulando discurso!!!


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